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Protagonista da Enfermagem Sergipana – Márcia Vieira dos Santos Macêdo

Conheça a história dessa mulher, negra, nordestina, enfermeira e vencedora!

30.08.2021

Mulher, negra, nordestina, vencedora! Carisma, acolhimento, competência e profissionalismo. São inúmeras as incríveis características que poderíamos utilizar para descrever a escolhida para ser a Protagonista da Enfermagem deste mês. O nome dela é Márcia Vieira dos Santos Macêdo, nascida em Aracaju, em uma família de 20 filhos.

A escolha de Márcia Macêdo foi realizada em virtude de sua linda trajetória e competência profissional, mas não podemos deixar de elencar que vem em momento mais do que oportuno, afinal, é neste mês que a profissional comemora 41 anos em atividade e muita dedicação à Enfermagem.

A nossa protagonista é filha de Oscar Vieira dos Santos, nascido em Capela, e de Maria de Lourdes Santos, de Simão Dias. “Eles tiveram 20 filhos, mas somente foi possível criar 12 deles. Eu sou a mais velha das 7 mulheres”, esclarece nossa protagonista. Márcia também foi a primeira da família a cursar a universidade – um feito grandioso para a realidade pobre em que vivia.

A enfermagem entrou na vida de Márcia Macêdo em 1976, quando fez parte do primeiro ano do curso, em Sergipe. “Sempre tive a intenção de cuidar. Se tinha alguém doente em casa, era eu quem tinha interesse em ler a bula e fazer os curativos”, relembra. Por orientação do pai, chegou a cursar a área da pedagogia e lecionou por um ano, mas a vontade de fazer algo na saúde permaneceu. “Para meu pai foi uma surpresa quando fui para a Enfermagem, porém um orgulho também”, recorda com lágrimas nos olhos.

Sim, Márcia é um poço de emoções em um coração grandioso e, por isso, estes sentimentos tomaram conta da entrevista logo nos primeiros relatos. “Trazer estas memórias me emocionam, pois foi uma trilha difícil, mas tive as pessoas certas comigo, que contribuíram muito”, novamente com lágrimas nos olhos, recorda dos amigos e colegas que ela fez ainda no início da faculdade. “Graças a esse apoio eu ganhei uma bolsa de estágio no primeiro período, onde atuei no Centro Médico da Universidade Federal de Sergipe”, destaca. No fim do curso, conseguiu estagiar no Hospital da Polícia Militar.

A trajetória desta vencedora, que você, caro(a) leitor(a), vai conferir nas próximas linhas, serviu de inspiração para muita gente, inclusive, dentro da própria família. A irmã, Maria Vieira, hoje falecida, a filha Ana Luiza Macêdo, e mais duas sobrinhas de Márcia, escolheram a enfermagem. Aqueles que não trilharam o mesmo caminho, sentem muito orgulho do que ela realizou até aqui, como o marido Jorgeval Macêdo, com quem está casada há 34 anos.

TRAJETÓRIA PROFISSIONAL
A trajetória da nossa Protagonista da Enfermagem Sergipana deste mês foi muito difícil, mas ela afirma ter se dedicado muito para realizar seus sonhos. “Eu queria agarrar aquela oportunidade e, desde o início, eu aprendi que o cansaço não me suporta, ele não chega, nem bate na minha porta”, reforça, mais uma vez emocionada com as lembranças.

Assim que se formou, Márcia Macêdo passou a atuar para a gestão estadual, onde permaneceu por 37 anos, até receber sua primeira aposentadoria. Ela se formou trabalhando no Hospital de Cirurgia, em Aracaju, e logo neste início profissional, foi contratada para atuar na maternidade Hildete Falcão Baptista. Após dois anos nesta última instituição de saúde, ela se tornou coordenadora da Enfermagem.

Em virtude de sua admirável atuação na Hildete Falcão, nossa protagonista foi convidada para assumir a direção da Unidade Básica de Saúde Maria José Figueiroa, em São Cristóvão, em 1995, em seguida, estava na Diretoria Metropolitana de Saúde, coordenando unidades de saúde da capital e da região metropolitana em Sergipe, ficando neste cargo até a municipalização das instituições de saúde.

Por três anos Márcia Macêdo, esteve na assessoria de planejamento da Secretaria de Estado da Saúde, onde, entre outras atividades desempenhadas, teve a oportunidade de realizar cursos de estruturação de hospitais. “Na minha caminhada, também recebi a missão de abrir e tornar viável o funcionamento da maternidade de Capela”, relembra. Nesse período também prestava assessoria no hospital de Capela. Eram de administração única, mas, que se desligaram com o advento da Fundação Hospitalar de Saúde.

Mesmo com o desligamento da maternidade e do hospital, Márcia permanece no Hospital São Pedro de Alcântara, atuando até hoje como Responsável Técnica.

Outra missão que recebeu ainda está relacionada à maternidade Hildete Falcão, que foi fechada para reforma por seis meses e precisou contar com a liderança da nossa protagonista para retornar com os serviços. Mas a trajetória dela não para por aí. Márcia foi Diretora Administrativa, por quase 2 anos, e após deixar este cargo para a nova gestão política, foi convocada novamente, após 5 dias, onde permaneceu por mais 4 anos.

Dentre seus feitos, ainda estão a participação na abertura da maternidade Nossa Senhora de Lourdes, em Aracaju, e a gerência das unidades de internação (as alas rosa, azul e verde) da mesma instituição. Lá, atuou por 4 anos, indo logo a seguir para o Núcleo Interno da Regulação (NIR), até recentemente, em março de 2021, quando recebeu a sua segunda aposentadoria.

E precisamos destacar que Márcia Macêdo se desdobrou durante todo este tempo e conseguiu realizar diversas especializações, como de Enfermagem do Trabalho, Educação Profissional na Área da Saúde, Administração Hospitalar e Saúde da Mulher. Ah! E ainda atuou como coordenadora de Enfermagem e assessora técnica nas unidades de saúde dos municípios sergipanos de Itaporanga D’Ajuda e Boquim, respectivamente, trabalhos que surgiram como reflexo da competência exercida por esta verdadeira protagonista da Enfermagem. Já em 2019, Márcia chega ao Hospital Municipal Zona Norte Dr. Nestor Piva, onde exerce a função de gestora e Responsável Técnica de Enfermagem, até os dias atuais.

Ainda nessa trajetória, foi homenageada pela Unidade Mista da Barra dos Coqueiros; por duas vezes pela Secretaria de Estado da Saúde; e pelo Hospital São Pedro de Alcântara. Também participou da formação pedagógica no curso de auxiliares e técnicos de Enfermagem por quase 15 anos, em diferentes escolas de Enfermagem, por algumas vezes homenageada como paraninfa da turma.

REALIZAÇÃO
Ao recordar sua trajetória, Márcia Macêdo se diz muito gratificada. “Tenho agradecimento enorme a Jesus. Ele foi o mediador de toda minha jornada e sempre oriento meus colegas que Deus deve estar sempre em primeiro lugar”, explica. “Olho tudo com muito orgulho, pois foi, de fato, muito difícil chegar até aqui. Ser mulher já é uma grande luta, naquela época, então. E quando somamos ao fato de ser negra e nordestina, a luta é ainda mais árdua, mas eu venci! Ser enfermeiro também é outro processo difícil em muitas situações. São muitas lutas em uma única pessoa”, destaca esta vencedora.

Questionada como ela compreende tudo que viveu até hoje dentro da Enfermagem, ela conclui: “Deus tem um propósito na minha vida, que é cuidar. Ele tem me dado força para seguir até agora e me usa para que outras pessoas também exerçam o ato de cuidar. Eu faço e continuarei fazendo isso com o maior amor, até o dia que Jesus permitir”, pontua. E é imbuído destes sentimentos que nós, do Coren-SE, agradecemos cada contribuição dada por esta Protagonista da Enfermagem Sergipana.

Fonte: Ascom Coren-SE

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